Dimensão ideológica da educação em Angola apresentada em livro
"A educação em Angola não começou com a presença dos portugueses. As análises históricas feitas neste sentido contrariam esta ideia e demonstram que os povos residentes no país já exerciam esta prática". O pensamento foi apresentado pelo professor universitário Laurindo Vieira no seu primeiro livro "Angola: A dimensão ideológico da educação".
Segundo o autor, apesar dos portugueses terem encontrado povos sem escritas "é de um reducionismo arcaico pensar que as povoações que habitavam em Angola não praticavam a educação".
Lançado na passada sexta-feira no Instituto Superior de Ciências da Educação (Isced) em Luanda, o livro explica que a maioria dos portugueses destacados para Angola eram criminosos exilados, enviados ao país para cumprirem as suas penas.
O professor universitário afirmou que dos vários discursos que o livro apresenta apenas trabalhou em dois, nomeadamente, o político e o sociológico.
Laurindo Vieira explica ainda que o discurso político é o discurso do Estado que fala sobre a expressão das políticas educativas.
Para ele, o discurso sociológico é um discurso de construção e de análise de todos os documentos das políticas educativas. "Os referidos discursos divergem mais do que convergem, pelo facto do discurso sociológico ser um discurso crítico que analisa o porquê das formulações das políticas educativas", explicou.
Laurindo Vieira nasceu em Dange-Quitexe, província do Uíje. É sociólogo, licenciado e mestrado em ciências da educação da Universidade do Porto. Actualmente é professor auxiliar da Universidade Agostinho Neto, colocado no Isced.
Mário Cohen
Jornal de Angola